Mestre Tedi (In Memorian)

Campinas. Aos 13 anos a troca de saberes passa sem perceber, a novidade é a movimentação, a quantidade de gente na roda jogando cantando e sorrindo. Em destaque Mestres Irandir e Tedi ( In Memorian). Amigos que além de compartilharem a capoeira, compartilhavam o samba aos finais dos jogos de futebol no clube do Jardim Aurélia.

Muito antes de experimentar as andanças da capoeiragem, as visitas de outros capoeiras à Arte Brasileira no Salão Comunitário do Parque Santa Bárbara em Campinas foram frequentes, principalmente por Mestre Tedi, falecido em 1994 vítima de disparo de arma de fogo.

A primeira visita à Academia Arte Brasileira no Parque Santa Bárbara foi feita por um dos melhores amigos de Irandir na época, o contramestre Tedi da Academia Pelourinho do Parque Manoel da Nóbrega. E ele não vinha só, trazia vários alunos graduados, e que de certa forma faziam impressionar os iniciantes na capoeiragem.

“Foi a primeira grande roda na academia. A noite de terça convidou moradores para a uma agitação que para a vida noturna do bairro não era comum. Aquela roda se tornou em atração cultural. Inesquecível”

Regada as cantorias de ladainhas e corridos, pernadas a três por quarto, salto mortal, velocidade dos jogos e aglomeração. As demonstrações dos capoeiras mais experientes só fizeram aumentar a empolgação dos alunos do salão comunitário de Santa Bárbara, um estímulo.

Além de Tedi, Mestiço, Feijão Reginaldo Adão e uma série de outros capoeiras que se destacavam na academia Pelourinho. Em virtude da amizade entre Irandir e Tedi, as visitas se tornaram frequentes, a tal ponto daquela empolgação e agitação inicial esmorecer aos poucos. Tedi se tornara da casa, assim como tantos outros professores e mestres visitantes.

Mestre Irandir assim como Mestre Tedi, já não se fazem presente nas rodas campineiras, desencarnaram, mas deixaram ensinamentos, legados e muitas lembranças. A capoeira é assim te prepara para o próximo dia, asé.

Luciano Medina é Capoeira Jornalista e Gestor Cultural