Ética e boas maneiras V

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O capoeirista sábio, procura ser humilde, demonstra atenção e está sempre ansioso e pronto para aprender. Já, o graduado ou formado, inexperiente, não se interessa em aprender, mas somente em dar opiniões.

A sabedoria, a inteligência e o entendimento dos capoeiristas, está em sua humildade.

É um prazer para as pessoas humildes terem a oportunidade de aprender e a respeitar aqueles que estão ensinando. Independentemente do nível de graduação, o capoeirista que é humilde aproveita todas as oportunidades para adquirir sabedoria e aceitação na modalidade de capoeira.

Ele, mesmo com sua experiência, cai em descaso quando não se interessa em aprender e quando quer somente dar palpite e ensinar.

Quando ele for visitar uma academia ou um grupo de capoeira, não deve se esquecer da importância que tem o dono da casa, deve respeitar os alunos do mestre e tratá-los bem.

Caso tenha algum que queira lutar capoeira em vez de jogar capoeira, deve se controlar para não exceder e brigar. Aquele que é experiente e educado impõe respeito, procurando colaborar para que a sua visita seja motivo de somatória com o trabalho dos companheiros.

Há inúmeros assuntos que falam de capoeira e dos acontecimentos capoeirísticos. É prudente que o capoeirista traga assuntos agradáveis e tenha boas relações internas e externas, para que possa crescer e se desenvolver na sociedade.

Nos problemas internos, que envolvam alunos graduados e formados que já tenham  certa aceitação e respeito perante os colegas capoeiristas, caberá ao mestre buscar a melhor solução para o caso.

Jamais se deve colocar o fato em evidência, porque nem todos os alunos precisam ficar sabendo e, dependendo do caso, os alunos desenvolvem certo receio em relação ao capoeirista, e este se sentirá constrangido e envergonhado perante seus amigos.

O mestre de capoeira deve agir sempre com discrição para não ser antiético, não expondo os problemas particulares de um aluno, colocando-os em evidência no grupo.

Alguns capoeiristas costumam assumir compromissos com outros amigos e não os honram. Se ele for um graduado ou professor, estará mostrando uma má imagem ao grupo, e se for um mestre de capoeira cairá em descrédito junto aos alunos e na sociedade da capoeira.

Em geral, os malandros caloteiros capoeiristas são grandes propagadores negativos da capoeira e na comunidade.

As fofocas a respeito de um colega ou de um capoeirista graduado, até mesmo de um mestre de capoeira, que venham a denegrir suas imagens, devem ser evitadas no dia a dia, mas é inegável que maus comentários façam parte do convívio da capoeira.

Antes de fazer qualquer comentário negativo é bom lembrar que existem distorções. As conversas, às vezes, vão longe demais. Na capoeira, isso traz transtorno, podendo ou não causar situação desagradável que dificulta o axé nos treinos e nas rodas, intervindo na modalidade capoeira.

Ter boas maneiras e bons modos evita que os capoeiristas caiam em discriminação na modalidade.

Cultivar boa educação e ter atitudes positivas faz com que eles adquiram admiração e ganhe confiança, resultando diretamente na permanência no grupo e na aceitação pessoal, facilitando o sucesso de  capoeiristas respeitados.

É bom lembrar que é inegável que a boa aparência, aliada à carreira capoeirista, ajuda a garantir  mais facilmente o sucesso pretendido.


Mestre Biro – Capoeira e Escritor

Autor dos livros, Capoeira, cultura que educa, o Carroceiro e a Irmandade

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