Em memória da Sacerdotisa Baiana de Acarajé e Fundadora do Ponto de Cultura Caminhos no Jardim Adelaide
Eleonora Alves foi uma Yalorixá, baiana de acarajé e empreendedora que transcendeu seu tempo e em Hortolândia, motivo que a levou a embrenhar-se em diversas frente de luta como contra a intolerância religiosa, o preconceito racial, o autoritarismo patriarcal, a homofobia e a misoginia.
Durante 48 anos dedicou-se ao candomblé, religião da qual recebeu o cargo de sacerdotisa das mãos do Sr. Jorge Lino Ajátoboassi (In Memorian). Tinha formação em pedagogia e gastronomia. Presidia a ONG Ilê Asé Omo Oya Bagan Odé Ibô desde a fundação em 1994.
Popularmente conhecida como Mãe Eleonora, ela tornou-se uma importante liderança no município e na macrorregião de Campinas (SP). Por 16 anos atuou na área da Cultura. Foi comerciante das comidas afro-brasileiras, em especial, de acarajé e comidas de tabuleiro.
Administrava o BUFFET e ESPAÇO GOURMET FLOR DO DENDÊ. Eleonora também desenvolveu atividades de formação, produção e articulação política acerca dos direitos das mulheres e do combate ao racismo. A Yalorixá foi idealizadora de atividades culturais importantes para a cidade de Hortolândia como o Grito Cultural, a Roda de Diálogos de Mulheres de Culturas Tradicionais, e do Coletivo de Mulheres Anastácia.
Foi filiada a Associação das Baianas de Acarajé – ABAM – onde exerceu a função de coordenadora executiva em nível nacional. Eleonora Alves teve como projeto de vida trabalhar pela transformação da vida das crianças e jovens através da reconstrução e fortalecimento da cultura. Sua grande mestra foi a Ekede da Oxum Maria de Lourdes Alves (em memória), sua mãe biológica.
A entrevista abaixo foi realizado em meados de 2009 para o Folhetim da entidade quando da conquista como Ponto de Cultura através do famoso edital dos 300.