O Brasil de tanta gente

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O Brasil de tanta gente
Não se engasga
Com a sinhá moça
Calando a boca da gente

Do coronel de chicote na mão
Vendo pai Antônio
Acorrentado e sangrando no tronco
Mesmo que estejam todos olhando

E querem nos calar
Querem nos entristecer
Sugar nossas forças
Porque não conseguem brilhar

Mas o tambor vai tocar sim
O berimbau chama nossos guerreiros
Não existe batalha perdida

E há quem olhe de cima
Com arrogância
Separando quem é cria da favela
De quem é dona da senzala

De cobra venenosa
Eu já não corro mais
Meu facão é guloso
Defende o brasileiro
Na periferia somos cabuloso

Sem drama
Vou me recuperar
Levar poesia e musicalidade
Teatro e outras artes
Meu tambor irá tocar

E salve os camaradas
Já dizia mestre Alípio
Um graveto ė enfraquecido
Mas não estamos só
Nosso feixe não tem medo
De mostrar a essa gente

Facínoras
Nazistas
Fascistas
Colonialista

Que vivem em seus condomínios
Jamais irão calar
Os que caminham descalços
Pelas ruas de terra da nossa quebrada


Oluandei Diá Ngola

Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda

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