
E a burguesia fede
Já dizia o poeta
E o pior da elite
É quando ela se transveste
De agente humanizador
Fala mansa e olhar calmo
Cheio de ódio social
Que acusa que persegue
Em Nome de direitos que só existe
Numa sociedade contaminada
Onde o socialismo pregado
Não aceita africanidade do outro
E a raiva se constata
Quando se toca o berimbau
E o coxinha sente ranço
Esta gente de esquerda
Que transborda bolsonarismo
E seu fio no pescoço vira história
Crítica a todo momento e toda hora
Olhares mal intencionados
Aí tudo se aplica
Vira assédio moral
Psico fascismo da saúde mental
A mentira vira verdade
Para dar autenticidade ao seu nazismo
Porque quem prega liberdade
E vive naquela transformação de controlar
Em muitas vezes se perde quando agride com seu controle
Existe uma esquerda burguesa
Que não sabe onde fica a periferia
Nem o ponto de ônibus
Nunca sentiu fome deitado na cama
Mas chega de sorriso largo
Só para dizer ao proletariado
Que saiu da universidade
Com a certeza que o saber só há em livros
Desconstruindo o que outros viveram
Para que outros escrevem sobre isso
Constrangedor olhar e aceitar
Que estamos infectados
Por essa gente saroba
Oluandei Diá Ngola
Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda.