“Você deve ser a transformação que quer no mundo” Leandro Karnal

É na cidade onde tudo acontece. A cidade é o centro nervoso do Estado, de qualquer civilização em qualquer tempo, razão de ser das políticas. É a partir de onde o indivíduo deveria usufruir da totalidade dos bens por ele mesmo produzido.

A cidade é da gente, na medida em que a ocupamos fazendo dela uma extensão consequente do lar, por onde se estabelece parte da troca do conhecimento e da informação. Admitido essa instância, assume-se a partir daí compromissos como a busca coletiva por melhoria da qualidade de vida.

Por outro lado, a posse de tal realidade só seria possível no momento em que as forças se articulassem e se mobilizassem, se distanciando da condição passiva, característica dos dias atuais, daí se concluiria a cidade como um território ativo e pulsante.

A dita rede de inteligência coletiva, formulação contemporânea criada a partir do surgimento das novas tecnologias, e que se integram as formas tradicionais de participação politico, social e cultural, potencializaria essa inteligência, contida, reprimida e armazenada na cidade.

Quando pesquisadores, pensadores e movimentos sociais apontam para a necessidade de se refletir sobre um novo modelo de cidade, baseado na pessoa, na comunidade, na sustentabilidade dos meios e suas potencialidades, significa dizer que é no espaço diverso das comunidades e periferias, que se encontram as propostas para as soluções imediatas e de longo prazo. Parece óbvio, se considerado o acúmulo represado, por vezes ignorado pelo atual modelo de governança pública.

Nessa perspectiva, o Estado enquanto ente facilitador tem por princípio, ou teria, e em seguida por força da lei, empreender as condições para que a vida do indivíduo se tornasse mais digna, resultado da construção coletiva, uma vez que, a despeito de fábulas, a figura do salvador da pátria, nada mais é do que uma ficção, produto do discurso autoritário. A “salvação”, fruto da formulação coletiva, essa sim, é igualmente da gente, assim como a posse da cidade.

Preservação e valorização do território; comunidades, bairros, quilombos, áreas rurais, etc, é fundamento básico para a conquista plena da cidadania. Então, ao se propor inaugurar um novo marco para a cidade por meio de propostas participativas, como se deseja através de novos conceitos de intervenção e discussão, é relevante destacar o tamanho do desafio, constante; integrar harmoniosamente os diferentes tipos de agentes e de gente, no processo de construção do espaço desejado, que por definição moral, é público.

A governança do século XXI, da produção a difusão da informação e do conhecimento, implica no processo de comunicação no sentido mais amplo; troca e compartilhamento. A cultura e a cidade da gente, equivale à cidade inteligente, essa tem por princípio, o reconhecimento da comunidade como ponto inicial, para a transformação que se sonha, definitivamente.

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