Acordar bem cedinho
Por o padê lá no portão
Ingorossi na boca mata
Sinto bem forte o poder da ancestralidade
O incenso com cuidado
A mata não pode ser vítima
Da irresponsabilidade
E queimar só pela nossa vaidade
Gratidão de entender
As maravilhas de nzambi Npungu
Ter apreço pelas folhas de Katendê
As águas de Ndanda Lunda
Os pássaros em revoada
Os peixes no leito do rio
O som do silêncio que grita nos nossos ouvidos
Por todas as vidas
Que passaram por estes caminhos
Valei me Kabila e Mutakalambo
De pés no chão na terra ou em cima da pedra
O que mais interessa é poder
Valorizar o poder do criador
Rezar de mansinho, viver cada segundo
Até teve o berimbau ao fundo
Para cantar ao caboclo
Para energizar o nosso povo
Que ali foram buscar
Paz harmonia equilíbrio e discernimento
Salve os bambus e sopro do vento
Gratidão pelo sol
Gratidão pela vida
Gratidão por nos mostrar
As grandezas da criação
Sou angoleiro me curvo ao nkisi
Essa é a minha devoção