Os dias acinzentados
Não me assustam
Trago no pescoço
Meu fio de conta, minha fé!
Rezo no miudinho
Sou que nem a aroeira
Contra a maldade eu tenho mandinga
No bolso eu carrego a figa
No coração tenho muita paixão
Amor à tudo que vale a pena
Esperança não me falta
Minha navalha desafia
Aquela pessoa de má língua
Presta atenção camarada
Meu berimbau não desafina
Valei me são bento grande
Que saúdo na encruzilhada
Jogando as moedas no chão de terra
E o acaça levo para estrada
Zuelo com energia
Para dizer ao inimigo de pessoas
Que não me falta coragem
A burguesia não vai me oprimir
Procuro paz a todo momento
Só não vou deixar me engolir
Oluandei Diá Ngola
Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda.