Mãe Isabel, como era tratada por muita gente foi uma das mulheres negras difusoras dos princípios e conceitos da Economia Solidária no Estado de São Paulo e no Brasil. Lutas contra a intolerância religiosa, o genocídio da juventude negra, a violência contra mulher também ocupara boa parte da militância da Ekede Isabel Cristina Alves na cidade de Hortolândia, Região Metropolitana de Campinas.

Mãe querida, irmã e tia amada, amiga incondicional, desde que seus princípios fossem respeitados, para as batalhas do dia a dia. Como mulher negra superou e venceu todas as adversidades impostas a uma guerreira de sua natureza.

Mãe Isabel deixa esse plano com exemplos de ações e lições executadas. Deixa nessa dimensão tarefas para serem comprometidas em nome da luta permanente que foi a sua história. Empreendedora colaborativa, se tornou referência nacional em Economia Solidária.

Com Mãe Eleonora, sua irmã inseparável, travou debates e divergiu por diversas vezes em razão da melhor estratégia de luta para o barracão, o candomblé, o Ponto de Cultura Caminhos e para os trabalhadores da Economia Solidária.

Coordenadora Regional de Economia Solidária, Isabel também integrou a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura. Em Sevilha, na Espanha integrou o GT de Economia Solidária para o aprimoramento e aperfeiçoamento de suas tecnologias. Em Hortolândia coordenava o empreendimento solidário Grife Criolê, e chegou a integrar por duas gestões, o Conselho Municipal de Políticas Culturais do município.

Mãe Isabel vai deixar saudades e memórias. Certeza mesmo é a da sua presença espiritual nas celebrações e encontros culturais.  Para os trabalhadores e trabalhadoras insubmissos à opressão e violência, Isabel deixa o acumulo para o bom proveito de fazedores e militantes nesse universo do Cultura Viva, que ela, com paciência e paixão, ajudou a construir até o seu ultimo dia nesse plano. Grato Mãe

Oxalá Ekede Isabel

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