Encantou-se Mestre Nego Bispo

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Um quilombola na contra-colonização do sistema. Antonio Bispo do Santos, o mestre Nego Bispo faleceu nesse domingo 03/12 de parada cardiorrespiratória, decorrente dos problemas que enfrentava contra o diabetes.

Nascido no Vale do Rio Berlengas, antigo povoado Papagaio, hoje município de Francinopolis no Estado do Piauí. Quilombola do Saco-Curtume localizado no município de São João do Piauí no semiárido piauiense. Nego Bispo era formado por mestres e mestras de ofício. Ativista integrava movimentos sociais de luta pela terra.

Em 2015 escreveu o livro Colonização, Quilombos modos e significados. Nesse trabalho Bispo desenvolve argumentos para a reflexão política e acadêmica como a difusão de uma posição contra-colonial, e que serve segundo ele, como uma espécie de contraponto ao conceito decolonial debatido e refletido na academia.

Para ele, a ideia e a atitude contra-colonial superavam aquela acadêmica porque implicava em ações concretas e consequentes no cotidiano da coletividade, e por ser, assumidamente uma posição política de resistência, além de caracterizar o modo de viver frente aos efeitos da globalização colonial.

Bispo refletiu e propôs dois conceitos que também segundo ele operava no cotidiano de uma prática contra-colonial que são as idéias de biointeração e confluências, esse último, movimento permanente e de convivência com a natureza.

Nego Bispo possuía o ensino fundamental. Durante os anos de 2012 e 2013 integrou o quadro de docente convidado para lecionar a disciplina Encontro de Saberes na Universidade de Brasília.

Nas redes sociais, diversos intelectuais, movimentos e veículos prestam homenagem e destaca o papel relevante do líder quilombola para a luta da terra, contra a intolerância e discriminação racial.

 

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