Pandemia

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Num país esculhambado
Onde a pandemia predomina
Há gritos de dor e de doce almas perdidas

E o carrasco do demônio
Fala sorrindo ao seu povo
Que corona vírus é gripizinha
Que não precisa sair de máscara
Nem querer a vacina

Fala sobre remédio de piolho
E da maldita cloroquina
E as pessoas morrem em casa
E as pessoas morrem no hospital
E a morte não avisa

E há quem não questione
Um ato genocida
E as mortes se multiplicam
Na mentira nacionalista

Porque ser patriota
É lutar pelo nosso povo
Dar saúde trabalho e moradia
Não vender nosso tesouro

É ter política afirmativa
Para que não falte o alimento
Tenha carne na nossa grelha
E esperança em nossos dias]

Somos filhos de São Paulo e filhos da Bahia
E de todo território
A Amazônia perde árvores
Rio de janeiro é da polícia
Que virou milícia

Para Vender armas e assassinados
Lá no sul tantos arrependidos
Por terem votado no coiso
Contribuindo pelo fim da própria família

Que sem assistência
Quem sem kit de entubação
O povo sofrido vão enchendo os caixões

É um Brasil dilacerado
Onde o mundo agora é plano
E se houver denuncia ou escândalo
Troca o delegado e o juiz

E a televisão do bispo
Que financiou esse terror
Espalha mentiras como aquelas
Que viveram salvar o mundo

Dos terreiros de candomblé e umbanda
Do papa e todos que não tenham oferta
Para cobrir a sua meta
Do que eles querem ganhar

E enquanto isso
A cloroquina é assina
É forma de desperdício
E o país assiste quase calados
A morte de pais , mães, filhos , primos, tios e amigos

Como se negar vacina não fosse culpa
Promover aglomeração ajuda
E jamais fechar o varejo

Não importa o que aconteça
O dinheiro é mais importante
Que a vida de gente amada
E querida de alguém


Oluandei Diá Ngola

Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda.

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