Por Fernanda Souza*

Orientação de reportagem: Gisele Brito. Edição: Thiago Borges. Arte de capa: Rafael Cristiano

Thaynah Gutierrez está contente, mas para ser feliz por completo ainda falta um detalhe. A estudante de 22 anos cursa o último semestre de Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV), o que é motivo de alegria pra ela. Porém, 4 anos depois, ainda não conseguiu montar uma biblioteca particular com todos os exemplares que são fundamentais para sua formação acadêmica. Falta grana pra completar o acervo – e um possível aumento de impostos pode dificultar ainda mais seu acesso.

“Eu tenho até uma agendinha, onde anotei ao longo dos anos de faculdade todos os livros que os professores passaram e eu não pude comprar. Mas quero ter um dia para revisitar todas essas leituras com mais conforto e qualidade”, conta a moradora de Ermelino Matarazzo (zona Leste de São Paulo).


“Quando eu puder, quero tê-los fisicamente na minha futura biblioteca – que nem precisa ser só minha, pode ser compartilhada com mais gente aqui da quebrada’’.


Beneficiária do programa BNE (Bolsa por Necessidade Econômica) da FGV, até a pandemia Thaynah pegava livros emprestados na biblioteca da própria faculdade. Entretanto, além do peso extra para carregar no transporte público, nem sempre a instituição tinha a quantidade de exemplares necessária para atender a todos. Nessa urgência, o aluno precisa apelar para a compra.

‘’A gente tinha uma preocupação coletiva, porque no meu caso sempre fomos 15 bolsistas na sala. Então, fazíamos esse corre coletivo para conseguir que todo mundo tivesse acesso aos livros quando não encontrávamos na faculdade, comprando na Estante Virtual e outros sebos on-line”, conta.

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