Para jogar capoeira
Tem que saber do fundamento
Ancestralidade é latente
Para entrar na mata

Para pegar a madeira
Deixe lá na porteira
Suas dívidas pagas
Ponha mel na quartinha

E folhas na cabaça
O acaçá não pode faltar
O berimbau ecoa
Como brado do caçador

E lá na ladeia
Se escuta a batida do coração
É tambor é ngoma
E em roda se canta a ladainha

No pé da Jurema preta
E viva quem chegou das candeias
E quem atravessou territórios
Para levar na zuela

As lições de uma vida
Que foi construída
Com o saber do povo preto
Eis é o momento

De soltar o corpo e a mente
E viver da verdade
Do apropriamento da nossa ancestralidade


Oluandei Diá Ngola

Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda

Oluandeji – Capoeira e Poeta

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