Não tem nada melhor
Do que desfrutar
As boas companhias
Dar risada, fazer cantoria
Tocar tambor e berimbau
Ter fé
Valorizar a ancestralidade
Ter quem cuida da cancela
E ter jaleco de couro
Na porteira do curral
Fundamento da zuela
O gibão e agogô
A benção para quem é de benção
A energia se espalha
Seja na casa de alvenaria
Ou na chopana de palha
Valei me camaradas
Tudo nesta vida tem sua história
Meu pilão é encantado
Sopro mpemba
Canto ao tempo
Viva a minha Angola
Sou da madrugada
A noite só é aliada
Para quem sabe respeitar
Os dias de aprendizado
Que viram como sagrado
Pelas barcaças criminosas
Do sequestro embasado
Pela cartilha religiosa
Onde matar e escravizar
Foi aceito pelo dinheiro
E pelo poder que isso dá
Então bato palmas
Danço lá na roda
Amigo bom não vai embora
Só chega quem que tiver que chegar
Abençoe meu deus
Todos que vieram
Trazer alegria
Em noite de magia
Na casa de candomblé
Oluandei Diá Ngola
Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda