A minha filosofia é preta
Oriunda da mãe África
Dias vividos no candomblé
E na mandinga da capoeira
Sou jongueiro meu camarada
Sou aço forjado no fogo
Temperado no dendê
E mesmo que eu caia no ninho de cobras
Não deixarei o veneno me consumir
Sou filho do gueto
Por isso aprendi a olhar o ser
Não o local onde ele mora
Já levei muitas rasteiras
E mesmo assim eu caminho
Para toda pergunta há uma boa resposta
Somos uma metamorfose
Sou o leão que caminha com passos leves
Tenho dois facões indobráveis
Um para abrir caminho
E o outro para afastar os inimigos
Porque minha alma não será devorada
Pelo fogo do ódio nem pela maldade de alguém
Punk’s not dead!!!!
Somos da rua, da lua, do sol
Pisamos descalços na terra
Brincamos na areia
Mas rezamos na encruzilhada
Pedindo sabedoria
E a mukongo a fecha certeira
Elevo meus pensamentos
E digo ao tempo
Que meu pilão tem duas bocas
E que não hora da necessidade
Valei me pilão deitado
Por que o vale das sombras
Só existe vaidades
Que não me assustam mais
Oluandei Diá Ngola
Poeta, capoeira, angoleiro, é do candomblé. Na política é de esquerda.